Em sânscrito, a coluna vertebral
designa-se por meru danda. «Meru» é
uma montanha lendária que se supõe ser o centro do macrocosmo «danda» traduz-se
com «pau». A coluna é, portanto, o centro do microcosmo, a sede das atividades
neuromotoras do corpo. Do mesmo modo que a montanha Meru sustenta o corpo do
macrocosmo, a coluna vertebral sustenta o nosso corpo.
Assemelhando-se
a uma serpente, a coluna vertebral é capaz de realizar todo o tipo de
movimentos característicos destes animal. Para conservar a sua forma correta, a
coluna deve mover-se por meio de exercícios, yoga e dança, mantendo-se sempre direita. Quando existem desordens
físicas ou mentais, os pacientes não são capazes de manter a coluna direita.
A maior
parte das pessoas não tem consciência da forma da sua coluna vertebral e não se
senta com ela direita. Esta é frequentemente a causa de muitos problemas
fisiológicos e psicológicos. Em geral, a coluna começa a deformar-se depois dos
45 anos devido, em parte, ao processo de envelhecimento natural e deficiências
vitamínicas. Desenvolver uma consciência preceptiva em relação à coluna
vertebral e mantê-la direita e sem suportes que não sejam naturais constituem
os primeiros passos para frutar de uma vida sã.
As
vértebras da coluna formam um canal que aloja e abriga a espinal medula. Em
conexão com o tronco cerebral e com o próprio cérebro, que se encontra
protegido pelo crânio, a espinal medula integra o sistema nervoso central, que
constitui o centro de controlo do vasto e complexo sistema nervoso, cujas
ramificações percorrem todo o corpo sem exceção. OS nervos motores, os nervos
simpáticos e os nervos parassimpáticos, que se relacionam com as funções de
atividade e de descanso, propagam-se desde a medula, juntando-se através das
vértebras e do sacro. É a partir deste osso que os referidos nervos se
ramificam pelo resto do corpo, ora estimulando os tecidos dos músculos e dos
órgãos ora diminuindo as atividades destes últimos. A posição correta da coluna
é a chave para o bom funcionamento do corpo: a coluna é a base da juventude e
do vigor, e quem a mantém direita permanecerá forte, com capacidade para pensar
e atuar plenamente, usufruindo de uma vida energética.
Quando
realizada de modo apropriado e incluindo a manipulação das vértebras, a massagem
na coluna pode curar os nervos débeis e as desordens psíquicas. É interessante
observar como a coluna se curva em momentos de tristeza e de pessimismo. Por
outro lado, quando existe agudeza de espírito, inspiração e alegria, mantém-se
automaticamente direita. A circulação do líquido cerebrospinal, um líquido
vital que se forma no cérebro e é bombeado a partir dele através da medula, é
essencial para a conservação do alinhamento correto da coluna. Os exercícios
físicos, tal como andar, praticas yoga ou
dança, favorecem a referida circulação e, portanto, quem os praticar
sentir-se-á inspirado e renovado. Este líquido, que constitui a nutrição do
sistema nervoso, contém muitas enzimas promotoras do desenvolvimento, sendo
responsável pela saúde física e mental. U, método eficaz para fomentar a sua
boa circulação constiste em rodar a coluna como se faz no hatha yoga.
Ao tratar a
coluna, deve-se ter cuidado para não realizar massagens demasiado intensas nem
exageradamente suaves. Se a massagem e a pressão forem muito fortes, não serão
bem toleradas e poderão ter um efeito adverso sobre os nervos e o cérebro. Uma
massagem na coluna sem óleo não é eficaz. Se administrada apropriadamente – com
óleo, paciência e a pressão correta -, o óleo será absorvido facilmente e
ajudará a aumentar a sua flexibilidade. Se esta prática for efetuada
diariamente, ou pelo menos três vezes por semana, conseguir-se-á proteger a
coluna do perigo da rigidez e, ao mesmo tempo, evitar-se-ão desordens nos rins,
no fígado, no estômago, nos pulmões e no cérebro.
A massagem
na coluna é especialmente importante, porque a coluna é a sede dos contros
psíquicos ou chacras. De acordo com as escrituras do tantra e do yoga, antigas ciências cujo objetivo era
alcançar estados superiores de consciência, a base da coluna constitui o
assento da energia espiritual latente chamada Kundalini. Embora não seja possível despertar a Kundalini através da massagem, a mesma
pode influenciar os chacras, que se encontram relacionados com as glândulas
endócrinas no plano físico. De facto, a massagem de coluna induz a trocas na
química corporal e liberta a tensão do corpo.
Se
considerarmos o corpo como uma árvore invertida, de acordo com a descrição do Bhagavada Gita, o cérebro transforma-se
nas raízes e a coluna é o tronco. Tal como o tronco direito de uma árvore
canaliza a força gravitacional através de si mesmo, a coluna suporta o corpo e
protege-o de ser distorcido por essa mesma força.
Vértebra
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Áreas
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Efeitos
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1ª Cervical (C)
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Fornecimento de sangue para a cabeça, glândula pituitária,
couro cabeludo, ossos dos rosto, cérebro, ouvido interno e médio, e sistema
nervoso simpático.
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Dores de cabeça, nervosismo, insónias, constipações,
hipertensão arterial, enxaquecas, esgotamento nervoso, amnésia, cansaço
crónico e vertigens.
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2ª C
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Olhos, nervos ópticos, nervos auditivos, seios perinasais
ossos mastóides, língua e parte anterior da cabeça.
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Problemas nos seios perinasais, alergias, estrabismo,
surdez, problemas visuais, dores de ouvidos, desmaios periódicos e casos de
cegueira.
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3ª C
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Bochechas, ouvido externo, ossos do rosto, dentes e nervo
trigémeo.
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Nevralgas, neurites, acne e eczema.
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4ª C
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Nariz, lábios, boca e trompa de Eustáquio.
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Febre dos fenos, secreções, perda de audição e adenoides.
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5ª C
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Cordas vocais, glândulas do pescoço e faringe.
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Laringite, rouquidão, problemas relacionados com a
garganta, como dores amigdalites.
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6ª C
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Músculos do pescoço ombros e amígdalas.
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Rigidez do pescoço, dores na parte superior do braço,
amigdalites e tosse convulsa.
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7ª C
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Glândula tiroide, região dos ombrões e cotovelos.
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Bursites, constipações e problemas da tiróide.
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1ª Torácica (T)
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Parte do braço abaixo do cotovelo, incluindo mãos, punhos
e dedos, bom como esófago e traqueia.
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Asma, constipações, dificuldades respiratórias, respiração
superficial, dores na região inferior dos braços e nas mãos.
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2ª T
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Coração e artérias coronárias
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Problemas funcionais do coração e determinadas
dificuldades no tórax, bem como dor na região superior das costas.
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3ª T
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Pulmões, brônquios, pleura, tórax e peito.
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Bronquites, pleurites, pneumonia e congestão.
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4ª T
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Vesícula biliar e canal biliar.
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Problemas na vesícula biliar, assim como icterícia e
varicela.
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5ª T
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Fígado, plexo solar e circulação sanguínea.
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Febre, Hipertensão arterial, anemia, circulação
deficiente, artrites e problemas no fígado.
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6ª T
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Estômago.
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Problemas gástricos, incluindo nervos, indigestão, azia e
dispeneia.
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7ª T
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Pâncreas e duodeno.
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Úlceras e gastrites.
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8ª T
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Baço e diafragma.
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Soluços e fraca resistência
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9ª T
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Glândulas supre-renal
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Alergias e urticárias.
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10ª T
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Rins.
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Problemas renais, rigidez das artérias, cansaço crónico e
nefrite.
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11ª T
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Rim e uréter.
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Problemas de pele, como acne, borbulhas, eczemas e
furúnculos.
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12ª T
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Intestino delgado e circulação linfática.
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Reumatismo, acumulação de gases e certos casos de
esterilidade.
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1ª Lombar (L)
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Intestino grosso e anéis inguinais.
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Obstipação, colites, disenteria, diarreia e hérnias.
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2ª L
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Apêndice, abdómen e região superior das pernas.
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Cãibras, dificuldade respiratória, acidose e varizes.
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3ª L
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Órgãos sexuais, útero, bexiga e joelhos.
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Diversos tipos de dores nos joelhos, impotência, problemas
de bexiga e problemas menstruais, como dores ou período irregular.
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4ª L
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Próstata, músculos da região lombar e nervo ciático.
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Ciática, lumbago, dores nas costas, bem como dores,
dificuldades ou aumento da frequência urinária.
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5ª L
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Porção inferior das pernas, tornozelos e pés.
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Circulação deficiente nas pernas, inchaço dos tornozelos,
fragilidade ou tornozelos arqueados, pernas frias e frágeis, assim com
cãibras.
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Sacro
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Ossos dos quadris e nádegas.
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Problemas no sacroilíaco e escoliose.
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Cóccix
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Recto e ânus.
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Hemorróidas, dores na base da coluna ou ao sentar.
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